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Depois de 26 grupos de 365 ou 364 dias, ele virou: Um apaixonado por música, áudio, estúdios e afins... Um fã de Dream Theater, Metallica e diversas outras bandas, gêneros, músicos... Quer saber mais? Compre uma cerveja e leve-o para uma conversa.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Novo Dream Theater - Uma virada dramática de eventos...

Acabei de ouvir a minha aguardada "On The Back Of Angels", o primeiro single lançado pelo Dream Theater do próximo álbum - A Dramatic Turn Of Events - que estreia uma banda sem o porta-voz de toda a carreira (Mike Portnoy) e traz Mike Mangini como seu substituto - apenas no instrumento.

Aqui vai minha opinião apenas sobre uma música, que não necessariamente reflete um álbum todo.

Um musicasso num todo, claramente Myung voltou à ativa.

Rudess comanda claramente os arranjos da banda cada vez mais, meio que se consolidando como o literal maestro da banda.

E Petrucci pra mim não mudou muito, além de ter colocado o pezinho um pouco lá no dos 90's.

Já LaBrie pra mim foi indiferente, literalmente não fedeu nem cheirou...

E, mas, porém, embora e etc Mangini se esforce ao extremo, toque ao extremo, seja profissional ao extremo, PELO MENOS por essa música, o que eu esperava está se confirmando: Dream Theater não é Dream Theater sem Mike Portnoy!

Sobre a mixagem e "masterização", achei bem abaixo do que estamos acostumados ver dessa banda que preza pela qualidade técnica/sonora, super antenada e exigente.

Falta aquela liga, aquele "plus", aquele timbre, aqueles grooves técnicos mas ao mesmo tempo grudantes, que nos fazem cantarolar a batida... falta...

Falta a pegada na batera e aqueles backings do mestre que fez a banda ser o que é hoje... Falta aquele olhar atencioso na produção num todo, evitando passar batida uma mixagem com falhas como essa, falta aquele "workholic" que nunca soltaria uma música TÃO aguardada pelos fãs apenas com a capa do CD, mas sim com vídeos e toda parafernalha possível, por mais simples que poderiam fazer. Sim, ELE FARIA.

Resumindo, alta aquela energia e vibe que só o - pelo menos - meu mestre é capaz de colocar nessa banda...

É aquela velha história: Independente de quem ou o que venha substituir...

Metallica não é Metallica sem Lars Ulrich
Rush não é Rush sem Neil Peart
Led Zeppelin não é Led Zeppelin sem John Bonham
Dream Theater não é Dream Theater sem Mike Portnoy

É isso... falta algo... e esse algo não está mais lá, uma pena...


domingo, 9 de janeiro de 2011

Já na bendita isla, um paraíso comercial...

04 de janeiro de 2011

Mariana

Acordamos cedo, às 07h, para não perdemos o dia aproveitá-lo da melhor forma possível já que só teríamos aquele dia e o seguinte, pois dia 06 tínhamos que regressar.

Sr Luis, Sra Carmen, Sra Elena e Sr Cucho foram extremamente amáveis, atenciosos e carinhosos conosco. Antes de nos levarem para o aparamento, paramos no Mercado Central, conhecido por vender as melhores empanadas margariteñas. Comi uma empanada de Cazón (a mais famosa/de peixe) e Hugo a de queijo com presunto. Só não foi perfeito porque havia muitas moscas voando para todos os lados. Saímos de lá e o Sr Cucho ia nos emprestar uma caixa de isopor para levarmos para praia. Em seguida, nos levaram ao apartamento e nos deixaram lá.

O apartamento é lindo, lindo. Super arrumadinho, confortável, com uma vista incrível para Porlamar. Adoramos. Seria uma experiência nova aqui na Venezuela. Arrumamos tudo e saímos rapidinho para comprar gelo e cerveja para levarmos para praia.

O problema de Isla Margarita é que ela não foi pensada para você caminhar. Tudo lá são grande avenidas. Se você não tem um carro, está frito nas mãos dos taxistas que cobram caro para te levar de um lado para o outro. Nós queríamos muito conhecer a Playa El Agua – a mais famosa da Isla – e a Playa El Yaque – conhecida como a melhor praia para praticar Kitesurf. O problema é que elas se localizavam em extremidades opostas da ilha. Paramos no ponto de taxi em frente ao apartamento e, por sorte, conhecemos Grisel, nossa motorista.

Fechamos com ela um pacote razoável para nos levar a Playa El Agua por algumas horas e depois nos buscar lá e nos levar para a Playa El Yaque. A bagatela saiu por BsF240. Esperta, Grisel fugiu de todos os engarrafamento passando com o carro por dentro dos vários povoados que existem na Isla Antes de chegarmos na Playa El Agua, passamos pela Playa Parguito. Muito linda, mas preferimos ficar na que era a principal atração da Isla.

A Playa El Agua é muito bonita, mas não tem comparação com as outras praias que já visitamos. Além do mais, por conta das chuvas, a água estava um pouco turva. Mas o ambiente é bem turístico, com a cadeirinhas na areia, um ótimo serviço de atendimento na praia. Ficamos lá relaxando o resto da manhã, mergulhando, tomando nossas cervejinhas e, por volta das 13h, almoçamos num restaurante da praia, muito lindo. Dividimos um prato com peixe e às 14h Grisel ia nos buscar para irmos a outra praia.



Neste ínterim, conhecemos Alvaro que vendia passeios turísticos pela Isla. Inicialmente, nosso roteiro para o dia seguinte seria ir ao Parque El Agua (um Water Planet de lá) e à tarde, ao Fortín, em Juan Griego, onde há uma bela vista para este povoado. Porém, o que íamos gastar de táxi e ticket dava para comprar um passeio de Jeep por toda a ilha e ainda sobrava dinheiro. Por BsF250 por pessoa, faríamos um passeio durante todo o dia, com cerveja e almoço incluídos. Fiquei tentada e o Hugo abriu mão do parque para o passeio. Aí vem o problema: Alvaro precisava fechar com mais 4 pessoas para confirmar o passeio. Como ele não conseguiu fechar para aquele dia com mais 4 pessoas, nos passou para um amigo que também fazia esse tipo de passeios, com a condição que pagássemos a ele uma comissão adiantada que seria descontada no preço final do passeio. Ficamos meio assim, já estávamos traumatizados com essa história de pagar adiantado, mas eu queria fazer muito este passeio. Então, demos um voto de fé ao Alvaro, pagamos os BsF120 dele e combinamos que no dia seguinte, às 08h, Nene ia nos buscar no apartamento para o passeio.

Voltamos a praia para esperar Grisel e veio outro cara vendendo passeios – o mesmo – com uma camisa do Brasil e tudo. Perguntamos a ele quanto custava e era, de fato, um pouco mais barato: BsF220. Tinha saída confirmada para o dia seguinte e não tinha essa história de pagar adiantado. Bateu um peso na consciência de termos fechado com o Alvaro. Tentamos desfazer a compra, mas ele já tinha se mandado da praia. Ai ai, paciência. Seja o que Deus quiser. Só espero que amanhã, às 08h, o infeliz lá apareça para nos levar para o passeio.

Às 14h fomos para Playa El Yaque. Chegamos numa parte da praia que era, digamos assim, maior povão. Imediatamente o Hugo disse que não queria ficar ali de jeito nenhum e foi procurar outro ponto melhor. Do outro lado do píer, ficavam os hotéis e a praia lá era mais privativa. Fomos para lá.





Estava lotada, mas lotada de gringos. Ouvíamos línguas de vários países. Ao fundo estavam as pessoas praticando Kitesurf. A praia é muito bonita, mas estava muito cheinha. Com o entardecer foi ficando melhor. Ficamos lá, então, curtindo o sol, umas cervejas, a água mansa e clara. Fomos ao píer, tiramos umas fotos. Foi muito legal.

De lá da Playa El Yaque saem barcos para Isla de Coche. Uma ilha paradisíaca onde se pratica mergulho e se nada com os golfinhos. Uma pena que não tenhamos mais um dia aqui para aproveitar este lugar.

Voltamos para o apartamento a tempo de ver o sol de pondo da janela. Uma imagem lindíssima. Antes tínhamos passado na padaria e comprado uns pãezinhos para comer com lingüiça, queijo, presunto, ovo. À noite íamos a uma rumba. Dizem que a noite margariteña é a melhor da Venezuela. Contudo, a boate que eu mais queria ir, a Mr Frodd, estava fechada porque mataram um rapaz lá há um tempinho atrás. Então, ficamos meio sem saber o que fazer, o Hugo – obviamente – não estava na pilha de sair para rumba e ainda não tínhamos tido tempo de descansar de verdade, pois havíamos chegado na madrugada anterior depois de um dia inteiro de viagem, acordamos cedo, fomos à praia, enfim... acabamos ficando pelo apartamento mesmo, curtindo nosso cantinho.

Ida para Isla da Margarita, uma longa jornada...

03 de janeiro de 2011


Acordamos um pouco atrasados (SEMPRE!!!!) e seguimos viagem para Isla Margarita. Desde que surgiu a idéia de irmos a Venezuela, Hugo cismou que queria ir para Isla Margarita. O que eu tinha lido na internet sobre a ilha era que as praias nem eram tão bonitas e o que valia mesmo lá era o Shopping Sambil porque lá é área livre de impostos, então, tudo é muito barato: bebidas, roupas de marca, eletrônicos, etc.

Eu, por mim, preferia conhecer Mochima que é uma outra reserva florestal localizada um pouquinho depois de Puerto La Cruz (de onde saem os ferryboats para Isla Margarita). Mas como essa viagem é nossa e o pobre Hugo não tinha dado pitaco em nada até aqui, resolvi ir para Margarita mesmo. Afinal das contas, a ilha também é o ponto turístico mais famoso da Venezuela. Deve ter alguma coisa que valha a pena lá.

Saímos umas 07h da manhã de casa. Sra Kety nos preparou umas empanadas e pegamos o metrô para descermos na estação Colegio de Ingenieros, onde havia um terminal que saíam os ônibus executivos para Puerto La Cruz. Chegando lá descobrimos que a saída do ônibus era apenas 17h. Considerando que são cerca de 6h de viagem até Puerto La Cruz e o último ferry saía às 18h, estávamos fritos. Íamos ter que dormir naquela cidadezinha até o outro dia e isso significa mais diárias e menos tempo em Margarita. Resolvemos sair de lá e tentar um outro terminal de onde saíam ônibus para Puerto La Cruz, em Altamira. Chegamos lá por volta de 08h30m e o próximo ônibus para lá saía às 10h, poréééém, todos os tickets já haviam sido vendidos. Estávamos fritos mais uma vez. A outra saída era às 14h30m e daria no mesmo, perderíamos o último ferry. O recepcionista disse que poderíamos colocar nosso nome na lista de espera a partir da 09h e, se houvesse alguma desistência, poderíamos comprar nossos tickets. Fiquei mofando na fila para sermos os primeiros da lista. Foi 1h30m de tensão até que ouvimos nossos nomes sendo chamados. Graças a Deus! Conseguimos. Saindo às 10h, íamos chegar no último minuto da prorrogação para a saída do ferry.
Viagem L-O-N-G-U-I-S-S-I-M-A. O ônibus até era confortável, mas 06h dentro de um ônibus é de matar um. Como não conseguia dormir e nem acompanhar o filme que estava passando, li meu livrinho, joguei jogos de celular, eu e Hugo ficamos conversando, implicando um com o outro até que, finalmente, chegamos em Puerto La Cruz.

O terminal ficava ao lado da estação de saída dos ferrys. O Conferry estava simplesmente LOTADO. Caótico. Gente para todos os lados. Filas enormes para comprar tickets. Já eram quase 18h e estava com medo de não conseguimos o ferry, mas aí descobrimos que o último saía às 19h e ainda tinha vagas. Pagamos BsF60 cada um. Mais 4h de viagem!! Sim, Sr. Mais 4h de viagem até a Isla Margarita. Contando com um pequeno atraso na saída, chegamos na Isla depois de tediosas 4 horas de viagem por volta das 23h30m. Pegamos um táxi e seguimos direto para a casa dos sogros da minha amiga Yanelkar, pois eles iam nos alugar um apartamento em Porlamar.


No caminho, o taxista entrou num beco escuro, sem nenhuma iluminação. Hugo e eu ficamos brancos de medo, achamos que ali tínhamos perdido tudo. Hugo já estava preparado para dar um murro na cabeça do motorista e eu já estava ligando para o Sr Luis, sogro da Yanelkar, até que ele continua seu caminho e chegamos em nosso destino. Bateu até um remorsozinho depois, hehehe.

Chegamos lá já eram quase 24h. Dormirmos na casa da irmã do Sr Luis mesmo e no dia seguinte eles nos levariam ao apartamento. 

Fim de Tucacas com confusão e preparativos para la Isla da Margarita!

01 de janeiro de 2011
Primeiro dia do ano. Acordo super feliz e disposta. Quando abro a porta, a decepção: o tempo mega FECHADO, chuva, chuva, chuva e nenhuma esperança de o tempo abrir. Tomamos café e todos estavam chateados com o sol que nos abandonou quando mais precisávamos dele. Estamos, mais uma vez, presos na pousada. Hugo quis deitar mais um pouco e voltamos para o quarto. Acompanhamos a posse da Dilma e tudo... até que eis que surge Gorge: “HUGO, MARIANA, VAMOS, VAMOS, VENGAN QUEDAR CON NOSOTROS”. E fomos. Passamos o dia bebendo, comendo chucheria (biscoitos) e ensinando/jogando poker com o pessoal. Por incrível que pareça mesmo estando numa cidade horrível, presos naquela pousada em construção, com uma chuva intermitente, o dia foi ótimo na companhia daquelas pessoas – com direito a altos barracos da Daimi por causa de inúmeros problemas que havia no seu quarto (desde o sumiço do controle remoto da televisão até a inundação do mesmo com a chuva). De tarde saímos para comer alguma coisa e paramos numa barraquinha onde vendia comida “asquerosa”, como se diz aqui, que é o nosso famoso podrão. Comemos sanduiches enormes regados ao molho barbecue e entre uma mordida e outra ríamos de tudo.
Voltamos à pousada, jogamos mais, bebemos mais, jantamos e assim foi até à noite, quando fomos dormir com a esperança que o sol aparecesse no dia seguinte.



02 de janeiro de 2011
Mais um dia de chuva. Acordamos decididos a ir embora se estivesse chovendo e assim foi. Tomamos café-da-manhã com o pessoal que disse que nos apoiaria no barraco que vislumbrávamos no horizonte, pois a Pousada ia ter que nos ressarcir do passeio que não fizemos no dia 01 e do restante dos serviços que pagamos e que não seriam prestados.
Queríamos ir embora porque o Estado de Falcon onde estávamos, foi um dos mais afetados pelas chuvas. Se viesse outra tormenta, não queria estar lá para ver as conseqüências e, além do mais, já tínhamos conhecido a cereja do bolo de Morrocoy que era Cayo Sombrero. Desta forma, ganharíamos mais um dia em Margarita, nosso próximo destino. Gorge e Yulia também iam embora e pegaríamos uma carona com eles até Maracay, para depois seguir para Caracas.
No café, o sol ameaçou aparecer em meio as nuvens cinzas carregadas. O pessoal da pousada acabou decidindo arriscar ir para praia. O Hugo estava mega pessimista com a empreitada, mas acabou cedendo e decidimos fazer o passeio e ir embora na volta com Gorge e Yulia (chegando em Caracas à noite).
Trocamos de roupa e fizemos um ratatá no aluguel do barco. Como já tínhamos pago ao Carlos o passeio por três dias, o pessoal ao invés de pagá-lo pelo passeio, nos ressarciu uma parte do que tínhamos pagado. Depois de centenas de milhares de cálculos, acertamos um valor e teríamos um prejuízo de BsF50, além da estadia. Hugo, é claro, não ia deixar isso barato. Antes de sair para o passeio, quis deixar claro para Grisel – a funcionária responsável pela pousada – que eu ia querer o dinheiro de uma diária de volta e os BsF50 que faltavam do pacote dos passeios. Detalhe: o Hugo me fez insistir por essa diária, mas na verdade, quando fizemos o check in, a Grisel se enganou e nós pagamos apenas 3 diárias para ficamos 4 noites. Insisti pela diária porque tivemos vários problemas com a pousada, aliás, não apenas nós, mas as outras 6 pessoas que conhecemos também tiveram problemas vários. Além do mais, aquela história do dia 31 que “não devolvemos dinheiro” ainda não tinha descido na minha garganta. Então, agora eles iam ver o que acontece quando tentam dar de malandro para cima de “brasileiro”.
Grisel, mais uma vez, veio me falar da impossibilidade de devolver dinheiro porque não o tinha em mãos naquele momento. Disse que se tivesse, “sem dúvida nos devolveria”. A-H-A-M. Peguei o telefone e liguei para o dono da pousada para que ele solucionasse o caso de alguma maneira. Comecei a discutir com ele pelo telefone e o SAFADO me veio com essa que “não se devolve dinheiro”. Comecei a descacar tudo o que tinha acontecido ao longo de nossa estadia, que isso era um absurdo, que as pessoas só recebem dinheiro por um serviço que é feito. Isso tudo aos berros no meio do pátio da pousada que já estava lotada com a chegada de outras pessoas no dia 01 e 02. O SAFADO do dono da pousada, simplesmente, insistiu que não devolveria o dinheiro e, no final, bateu o telefone na minha cara. SIM, SR. BATEU O TELEFONE NA MINHA CARA, aquele miserável. Desliguei o celular incrédula com aquela situação e decidida a acabar com a reputação daquela pousada. Por falar nisso, pessoal, lembrem-se, POUSADA D’ALEXIS, em Tucacas, NÃO VÃO PARA LÁ JAMAIS. Aliás, NÃO VÃO PARA TUCACAS, se quiserem ir para Morrocoy. Vão para Chichiriviche. Voltando ao barraco, quando comecei a berrar que aquele miserável tinha batido o telefone na minha cara, não agüentei e comecei a chorar. E chorava e gritava e chorara e gritava. Um barraco MONSTRUOSO. Mais uma vez: no meio do pátio da pousada, com todos os demais hospedes vendo. Daimi apoiou o barraco e falou umas poucas e boas para os funcionários de lá também. Disse que era um absurdo tratar qualquer turista desta forma, mas sobretudo um turista estrangeiro porque quando ele voltasse para o país dele, não falaria da pousada, mas falaria dos “venezuelanos” e que nesse caso estaria ofendendo a ela também. Então, que a pousada era responsável pelo depreciamento do país e por aí vai. Depois de muito bate-boca um funcionário da pousada se mobilizou e tirou do próprio bolso os BsF250. Chutamos o balde do passeio daquele dia. Ah sim, no meio desse bate-boca, o Hugo xingava e gritava em português com todo mundo, já que não sabia ainda falar espanhol tão bem. Agora que já tínhamos os BsF250, faltava o Carlos devolver os BsF150 que faltavam do pacote do passeio. Ele disse que ia levar o pessoal na praia e ir ao banco pegar o dinheiro que faltava. Trocamos de roupa mais uma vez e ficamos esperando o Carlos voltar com os nossos BsF100. Conforme o prometido, ele pegou o dinheiro e nos devolveu. Ufa... esse foi o dinheiro mais suado que eu já vi.
No final, acabamos sendo ressarcidos pela máscara perdida em Choroní. Grisel ainda tentou fazer uma chantagem emocional dizendo que ficou horrorizada com o que o chefe dela tinha feito e que tinha tirado esse dinheiro do salário dela (que era pouco), mas ainda assim, continuamos firmes em nossa decisão. Depois, ela que se entenda com o chefe dela. Disse que era uma situação absurda e que ela deveria chorar com o chefe dela isso e não comigo (mas falei isso com gentileza).
O pessoal todo foi pra praia e nós para a estrada pegar o ônibus de volta para Caracas. No meio do caminho abriu maior solzão a ponto de ficarmos todos suados. Bateu uma dorzinha no peito de não ter ido ao passeio, mas o orgulho falou mais alto. Não íamos ficar mais nenhum minuto na pousada daquele miserável Alex. O sol também durou pouco. Quando subimos na caminhoneta para voltar para Valencia, a chuva já havia voltado novamente.
Mais 5h de viagem: Tucacas-Valencia-Caracas. Chegamos no terminal La Bandera em Caracas às 17h. Fica numa região meio sinistra, meio perigosa e acabou sendo melhor mesmo sairmos mais cedo e chegarmos lá com o sol ainda nos fazendo companhia. Además, tínhamos que caminhar um trechinho até chegar ao metrô e este trechinho é meio perigoso, mas deu tudo certo. Fomos com uma gentil sra até o metrô e de lá, mamão com açúcar, disparamos para a estação Agua Salud. Dose foi subir a ladeira aqui da rua da casa da Sra Kety, mas depois de um dia de viagem chegamos sãos e salvos.
Sra Kety nos preparou um delicioso jantar (não via o Hugo comer assim há um bom tempo... inclusive, tadinho, a esta altura ele já emagreceu uns 3 kg porque simplesmente detestou a comida daqui). Ficamos horas tomando uma cerveja e conversando com Sra Kety e William. Depois fomos dormir porque no dia seguinte seguiríamos rumo a Isla Margarita – literalmente no outro extremo de onde vínhamos (estávamos no extremo oeste e íamos para o leste agora). 

Tucacas, Parque Nacional de Morrocoy

31 de Dezembro
Hugo
 Acordamos por volta de umas 9 da manhã para fazermos o primeiro passeio do pacote que fechamos.
 Mari foi comprar umas empanadas para comermos no “desayuno”, pois eu estou apaixonado por esses salgados que são os que salvam da culinária típica daqui. Porém, logo descubro que sou apaixonado pelas empanadas da vovó simpática de Choroní, pois todas as que provei depois são classicamente massudas como manda a cultura venezuelana...
 Logo depois de comermos, vou com o Carlos (piloto da lancha que nos levará para os passeios) de moto comprar as cervejas, gelo e pegar a “cava”, nosso famoso isopor. Voltei atrás da moto com isopor e gelo nas mãos, me equilibrando, enquanto passávamos pelos loucos cruzamentos da favela.
 Embarcamos na lancha que fica estacionada no canal de esgoto atrás da pousada, uma nojeira com garrafas, sacos, papéis e bosta boiando... Aí então me pergunto: “PUTA QUE PARIU, ONDE ESTÁ O PARAÍSO DO CARIBE QUE TINHA CONHECIDO??”
 A lancha começa a navegar e logo temos que parar para o Carlos tirar da hélice uma sacola plástica que se enroscou. Depois disso, entramos em uma enorme baía, que metro a metro vai deixando toda a porcaria da cidade e se transformando em uma água linda e limpa, numa imensidão aquática com as florestas da Reserva Nacional de Morrocoy no horizonte, uma cena deslumbrante que sempre me lembrarei.


 De cara me chama atenção uma das partes de floresta que tem muitos pássaros sobrevoando juntos, como urubus na Linha Amarela, porém desta vez vejo somente gaivota, garças e outros pássaros. E a lancha seguiu em direção a esse local, que eu não sabia que se tratava da “Isla de los Pájaros”. Entramos na floresta – da maneira que eu sempre vi na TV as pessoas entrando na Amazônia -, passando por locais estreitos e com árvores, tudo muito fechado, até que do nada se abre uma grande “lagoa” que fica no meio da “ilhota” de plantas. Mari diz que se sentia como no desenho da Pocahontas, quando a indiazinha leva o príncipe para conhecer uma natureza deslumbrante. E realmente é deslumbrante! A ilha é um enorme “criadouro” natural de pássaros de tudo que é tipo. Existem pássaros sobrevoando para todos os locais, montando ninhos, com filhotinhos nos galhos das árvores sendo alimentados, outros se secando nos galhos e tudo o que tem direito. Muita energia da natureza, onde a vida se recria em locais distantes dessa loucura que vivemos. Havia uma espécie em particular de pássaros que chamada muita atenção: chamaemos aqui de “papo vermelho”, pois em meio a suas penagens pretas, havia um enooorme papo vermelho que se destaca de longe. As vezes inchado, como um balão embaixo do bico, as vezes vazio.









Após sair de lá, seguimos rumo ao Cayo Los Juanes, mas antes paramos na Baía das Estrelas, onde a água é transparente e vemos enormes Estrelas do Mar por todos os lugares. Mergulhamos, pegamos as Estrelas do Mar e devolvemos rapidamente para não morrerem. Seguimos viagem.




Chegamos no tal Cayo Juanes, que é como uma piscina natural azul turquesa no meio daquele mar, e ficamos um pouco para desfrutar daquelas águas transparentes... O engraçado foi aparecer um cara no meio do nada (pois esse cayo não tinha praticamente ninguém e fica no meio do nada) com um isopor vendendo sorvete (?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!). Sim, Sr. Lá estava um senhor vendendo sorvete numa caixa de isopor com sininho e tudo caminhando pelo cayo (é raso, bate na altura do peito a água). Depois apareceu também um barquinho vendendo lagostas, polvo e tudo mais, porém como temos muito de passeio ainda, preferimos não comprar nada.


 Voltamos para a lancha, passamos por um local muito estranho, onde tem uma imagem de uma santa (Marina Fay), onde pessoas deixam todo o tipo de coisas como oferendas e tem muitas urnas fúnebres...



Ficamos ali um tempinho e partimos para o destino principal: Cayo Sombrero, que se trata da atração principal de Morrocoy e uma das principais do Caribe. Ao avistá-lo, dá maior alegria ver aquela ilhazinha no meio do nada, com areia branca e cercada por águas ora transparentes, ora azul turqueza... Então viro pra Mari e falo: “Cadê meu cigarro??”, já que ela foi arrumar a bolsa enquanto fui comprar as cervejas. Conclusão: a espertona se lembrou de tudo, até de baralho, menos do cigarro... Dá aquela vontadezinha de esganar um, mas tudo bem... Vamos lá...


 Descemos na ilha e de cara percebemos que estamos num paraíso caribenho, com aquelas águas clássicas de fotos, com a praia repleta de coqueiros e um mar de corais e peixes. Como queriam cobrar 70 BsF para ficarmos nas barracas, fomos para um local melhor ainda: embaixo dos coqueiros.
 Dou uma duas rodadas pela ilha pra procurar cigarro, mesmo sabendo que era impossível alguém vender isso naquele paraíso, já que se trata de um local de muitos turistas e pouco comércio, quer dizer, nada além de três quiosques que vendem peixes e frutos do mar.
 Na volta, vou pra água com o Snorkell que o Carlos nos emprestou. E dessa vez a Mari não perdeu, felizmente...
 Que coisa FODA mergulhar nesse lugar! Você entra numa água inacreditavelmente linda e limpa, onde em algumas partes é azul turqueza e em outras, transparente, fica nadando e mergulhando perto dos corais, onde dezenas de peixes de todos os tipos e tamanho circulam. São pequenos, grandes, largos, compridos, pretos, azuis, brancos, amarelos, bicolores, tricolores e por aí vai. Como sabem, sou meio “cagado” em mar e tal, mas a beleza é tanta que me esqueci do medo que tenho e fiquei lá embaixo d’água desbravando aquele mar. Logo a Mari vem comigo e ficamos mergulhando juntos, indo atrás dos cardumes e tudo o mais.
Vamos andando para conhecer mais a ilha e nesse momento nem mais lembramos mais da literal furada que é o local onde estamos hospedados.
 Depois de um tempo, vemos um cara com cigarro, a Mari pede três e me acalmo um pouco mais...








 Mariana
... Pedi na cara dura para que me vendesse alguns cigarros porque meu noivo estava desesperado por ter esquecido os deles. O rapaz, então, me cede três e não aceita nenhum dinheiro. Salvação do Hugo, que já estava subindo pelos coqueiros de desespero.
 Não preciso repetir a maravilha que é aquele lugar de águas indescritíveis. Os corais ao fundo provocando ondas naquele mar tranqüilo, os peixes, a temperatura, a areia branca, o sol forte e quente. Demos sorte porque a praia nem estava lotada. Cayo Sombrero em alta temporada costuma ficar tão cheio que muitos barcos são obrigados a voltar para o continente sem desembarcar seus clientes (pois há limite de pessoas por cayo).
 Foi um dia, sem dúvida, fora da realidade. Como se estivéssemos, de verdade, no paraíso. Fico imaginando, se eu posso encontrar isso aqui em Morrocoy que está pertinho do continente... como será, então, Los Roques, famoso arquipelago venezuelano onde existem cayos como estes de Morrocoy mas muito mais longe do continente?????? Ai ai, um dia ainda vou lá. Promessa!!!!


 Cayo Sombrero tem duas “praias” a que fica voltada para o mar e a que fica voltada para o continente. Ficamos o dia inteiro na parte voltada para o mar, onde estava mais tranqüilo. Já no final do dia, fomos para o outro lado que é onde as lanchas desembarcam as pessoas.




 Do outro lado, sentamos na sombra de uma enorme árvore e conheci uma hiponga que vendia brincos e outras coisinhas. Comprei um brinco dela e ela me disse que estava hospedada em Chichiriviche. Explico: para ir aos cayos de Morrocoy você pode ficar hospedado em um desses dois povoados, Tucacas ou Chichiriviche. O que eu soube do Brasil era que Chichiriviche era mais pacato e tinha sido muito afetado pelas chuvas. Como íamos passar o Reveillon lá, optei por Tucacas porque li que havia mais movimento (porém, não sabia que se tratava de uma cidade horrorosa igual a uma favela que não tinha um restaurante sequer). No entanto, ao conversar com a hiponga, ela nos disse que Chichiriviche era linda, pequena, que tinha um Malecón, restaurantes, à noite você pode caminhar pelo Malecón, tomar uma cerveja... Sua descrição me lembrou muito Choroní e morri de raiva por não ter ido para lá. Na volta para a Pousada estava decidida a pegar o dinheiro de volta que demos adiantado pela estadia e pelo passeio e seguir para Chichiriviche, deixando essa cidade horrorosa para trás.
 PORÉM, quando chegamos na pousada, depois de ficar horas esperando a funcionária lá responsável, ela simplesmente me disse que lá “não se devolve dinheiro”. Que não havia nada que ela pudesse fazer, pois ela já havia depositado toda a grana e não poderia nos devolver nada. Tentei argumentar alguma solução, mas ela foi irredutível. Já eram quase 18h da tarde e não havia muito o que fazer, o Reveillon seria em algumas horas e nós estávamos presos naquele lugar.
 Hugo e eu saímos para comprar pelo menos um champagne para estourar na virada e estávamos resignados e chateados por não podermos sair dali. Quando voltamos de nossa “voltinha” pela cidade, fomos para o quarto e dormimos de desgosto. Às 23h, acordei e insisti que não queria passar o Ano Novo dormindo. Já que estamos no inferno, abracemos o capeta!!!!! Acordei o Hugo e saímos do quarto. Na pousada, havia mais 06 pessoas hospedadas que estavam numa situação igual a nossa. Imediatamente eles nos chamaram para nos juntarmos a eles e aí nossa estadia em Tucacas sofreu uma virada imediata: conhecemos pessoas incríveis, divertidíssimas e fizemos uma festa naquela pousada. Gorge, Yulia, Milvia, Daimi e mais um casal de srs.

 Conversamos, bebemos, viramos o ano, vimos os fogos, tiramos fotos. Às 02h da manhã, Gorge aparece todo arrumado pronto para a “rumba”. Nos pergunta se queremos ir com ele e, mesmo com a expressão desesperada do Hugo dizendo que não, aceitei o convite e lá fomos rumbiar em Tucacas às 02h da matina. Fomos parar, obviamente, numa boate mega tosca – a única aberta na cidade –, na qual o DJ fez um remix de todas as músicas de reggeaton de maneira que soassem como merengue. Então, era muito engraçado, pois ao som de Shakira “loca, loca, loca”.. as pessoas dançavam MERENGUE!!! Hahaha... Gorge, um palhaço, nos fez rir a noite inteira. Acabou sendo um Reveillon divertidíssimo. Adorei estar lá.




 O dia seguinte prometia: mais passeios pelos cayos. Na verdade, íamos ficar em Playuela e desta vez, iríamos todo o grupo. Mal podia esperar.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Choroní, por Mariana


Mariana

Dia 27 de dezembro de 2010. A ideia era acordar bem cedinho, sairmos de Colônia Tovar e chegarmos na hora do almoço em Choroní. Assim, poderíamos aproveitar ainda meio dia de praia. Doce ilusão. Nossa pousadinha (Danúbio Azul) era tão linda, tão linda... nosso quartinho, tão lindo, tão lindo, com uma vista incrível para as montanhas, que ficamos sentidos em sair correndo de manhã e não curtir aquele momento também. Então, acordamos, tomamos um belo café-da-manhã alemão e ficamos no nosso quarto curtindo a manhã.


Às 11h, tomamos coragem e fomos embora. O amigo do William tinha nos dado a dica de ir para Choroní por Puerto la Cruz. Isto é, descer Colônia Tovar até esse porto e lá pegar um barco até Choroni. Ele disse que a paisagem é imperdível. No entanto, quando buscávamos informações sobre este trajeto, soubemos que a estrada não estava boa por causa das chuvas e que a melhor forma para chegarmos a Choroní era por Maracay. Pegamos, então, uma camiñoneta e descemos a serra até La Victoria. Parênteses: QUE SERRA!!!!!! Na ida para a Colônia, nós havíamos subimos por um lado da montanha e, agora, descemos pelo outro. No caminho havia uma área para salto de parapente. Uma pena que não tenhamos podido saltar... Nosso ilustríssimo motorista, subia e descia a serra com a marcha em primeira e ouvindo uma espécie de música gospel. Ah, ele não deixava de enviar torpedos também toda a hora. Mais uma vez o mesmo esquema: estradas muito estreitas por onde mal passam dois carros em contramão. Por outro lado, o visual é espetacular. O chato foi ter que descer em La Victoria, pegar outra camiñoneta para Maracay, ficar 1 HORA esperando a dita cuja encher para, enfim, seguirmos a Choroní.

Quando os motores da ultima camiñoneta ligaram às 14h20m, pensamos que faltava pouco para chegarmos ao nosso destino. Ledo engano. Mais uma serra. Esta ainda pior que a outra. O motorista ainda mais louco. A música ainda mais alta. No começo, tudo era uma festa. Paramos no caminho, compramos cerveja (Polar Ice!!!), nos divertimos com a música, com as curvas, com o alto risco na estrada, com risco de cair ribanceira abaixo ou de bater em um carro na contramão na primeira curva. Mas aí as horas passavam e nós subíamos, subíamos, subíamos, subíamos.... até que, finalmente, começamos a descer e aí mais horas, descendo...descendo...descendo... Lá pelas tantas, cada vez que o infeliz do ajudante do motorista aumentava o volume da música (salsa, reggeaton e otras cositas más) a vontade era de pular no pescoço dele. O Hugo fechou a cara e tudo o que se via sobre sua cabeça era uma enorme nuvem cinza, cheia de raios. Jamais poderia transcrever seus pensamentos aqui... (Hugo: minha vontade era de explodir o imbecil que queria ficar cada vez mais surdo com um tipo de música ridícula. Resumo: Venezuela é um país muito bonito com um povo nota ZERO, com raras exceções. É um povo que quer levar vantagem em tudo, mais que brasileiros... Um povo bem corrupto...)

Por volta de umas 16h ou 17h chegamos em Choroní. Descemos no Terminal e pegamos mais um pau-de-arara para o centro do pueblo. 5 minutos depois, chegamos em nossa lindíssima pousada Tom Carel.

Sr Tomás, o dono da pousada, nos recebeu com muito carinho e atenção. Acho que ficamos com um dos melhores quartos daqui. A pousada é uma fofura, toda ornamentada com artesanatos vários, muito aconchegante, limpinha... Nosso quarto, tem uma rede em cima da cama linda, uma varandinha charmosa, um climinha todo intimista, rústico... eu AMEI. BsF300 a diária. É certo que poderíamos ter encontrado coisa mais barata por aqui, mas valeu cada Bolívar.
Deixamos as coisas na pousada e fomos comer alguma coisa no Malecón (um mini-calçadão que lááá de longe lembra o de Cuba, onde as ondas batem na parede de pedras e as pessoas sentam na mureta para apreciar o mar, ouvir música, tomar uma cerveja ou uma guarapita).

Pedimos num quiosque um Sanduiche Especial. Um x-tudão venezuelano muito bom regado com molho Barbecue (molho barbecue DE VERDADE!!!). Caminhamos pela cidade, compramos umas coisinhas, curtimos o por-do-sol no Malecón e a noite. Depois, voltamos para a pousada e descansamos para nosso primeiro dia de PRAIA!!!!!

Para variar acordamos não tão cedo, umas 09h e tomamos o café-da-manhã da pousada. Achamos muito caro para o que oferecia: um ovo, uma fatia de presunto e uma de queijo, além de suco, café-com-leite e pão. “Tudo” isso por BsF40. Uma fortuna, considerando que podemos comer uma empanada com suco e café-com-leite na rua por BsF12 no máximo. Mas vá lá. Só aprendemos experimentando.

Tomamos nosso café-da-manhã e fomos para Playa Grande. Fica a 300m do centro de Choroní. Sr Tomás nos emprestou uma caixa de isopor, compramos gelo e cerveja para curtir nosso dia na praia. A praia é simplesmente LINDA!!!!!!! Uma longa fileira de coqueiros alinhadinhos dão um a visual incrível, junto ao marzão do Caribe e a reserva florestal Henri Pittier atrás. Nos alojamos numas cadeirinhas de praia e relaxamos.


Parafraseando o Hugo, o sol aqui é igual banco: abre às 10h e fecha às 16h. No começo da manhã, o tempo estava meio fechado, mas fomos à praia mesmo assim. Quando eram umas 11h, abriu a soleira e ali ficou até umas 16h, quando começou a chover.

No meio da tarde, o Hugo tinha ido comprar meu jornal e estava com a camisa do Flamengo. Um casal de brasileiros – João e Gina – o identificou como compatriota e, então, puxou conversa. Daí nos tornamos companheiros de viagem. Eles vão ficar mais dias aqui em Choroní e, depois, partir para Los Roques (sortudos!!!) e nós seguiremos para Morrocoy. Mas é provável que nos encontremos em Caracas antes de voltarmos ao Brasil e curtimos uma rumba juntos.

Os dois ficaram com a gente a tarde inteira. Ficamos na praia até ela nos expulsar com uma chuva absurda que caiu de repente. Voltamos às nossas pousadas em meio a um temporal inimaginável para quem estava torrando no sol há poucas horas antes. Combinamos de jantar num restaurantezinho muito charmoso à noite.

Quando chegamos na pousada, a surpresa: tinha acabado a luz. Isso é muito comum aqui em Choroní e a pousada não contava com geradores. Aproveitamos o resto da luz do dia da maneira que pudemos, o Hugo acabou dormindo e eu fiquei admirando a tempestade. Parecia que o mundo ia acabar (e nada da luz voltar!!!!). Eram quase 19h e eu morria de fome (porque não tínhamos almoçado nem comido nada na praia, somente detonado dezenas de latas de cerveja!!!). Acordei o Hugo e fomos encontrar nossos amigos para jantarmos.

Comemos em grande estilo. Eu, um churrasco de dourado. O Hugo, filet mignon. A bagatela no final com cerveja e tudo deu uns BsF150 para cada casal.

Depois, saímos a caminhar pelo centro em busca de bebidas. Fomos ao Malecón e ficamos intrigados com a bebida tradicional daqui: a guarapita. Quando buscávamos um lugar que a vendesse, mais uma vez, fomos acometidos por uma tempestade tropical. Correndo pela rua, ensopados, encontramos uma casa particular que supostamente vendia o precioso líquido. Uma senhora não muito bem encarada abriu a porta e nos vendeu 1l de charapita de cacau (já, já, conto a história do cacau e sua relação com Choroní) a BsF40. A bebida não é nada menos que: aguardente, leite condensado e cacau (podendo ser também côco e uma fruta amarela que não conseguimos identficar).

Com a chuva, não podíamos mais ficar no Malecón. Fomos, então, para o hostal dos nossos amigos para bebermos nossa guarapita com calma e jogarmos um poker. Nos demos o trabalho de comprar um baralho!! Quando sentamos na mesa, a surpresa: compramos um baralho espanhol louco que não tem K. Coitado do Hugo, foi duas vezes no temporal atrás de um baralho para jogar poker e nada. Acabamos jogando truco até que um hóspede mal-humorado veio reclamar do barulho que nós e outro grupo estávamos fazendo, então, resolvemos nos recolher, pois já era tarde e o dia seguinte tinha passeio de barco!!!!

Hoje cedo, dia 29 de dezembro, fomos – e aí, incluam também nossos amigos Gina e João – comer nossas empanadas num quiosque de rua. Uma delícia e por um preço muito mais razoável. Sr Tomás tinha enquadrado com um barqueiro para nos levar para o passeio que quiséssemos. Fechamos a seguinte rota: VALLE SECO, SEPE e CHUAO.

O passeio de barco é emocionante!!!! O mar super virado por causa da tempestade de ontem. Altas ondas e altas emoções. Muita água (ainda bem que não viemos de Colônia Tovar de barco porque era capaz de molharmos todas as nossas bagagens)!!! Primeira parada: Valle Seco. Sr Tomás havia nos emprestado uma máscara e um cano de mergulho. Na medida em que costeávamos as margens do continente parecia que estávamos dando a volta na ilha de Lost. Aquela beleza natural, semi-virgem. Linda demais. Chegamos a uma praia quase deserta, com uma piscina natural para mergulho de snorkell. Corais, pedras, peixes coloridos e de diversas formas. Ficamos lá algumas horas curtindo aquele paraíso.



Depois, seguimos para Cepe. Outra praia linda. Esta já era mar aberto. Então, havia mais ondas e o mar estava mais mexido devido ao temporal. Ficamos horas nessa praia lindíssima, curtindo uma sombra natural de um coqueiro ou nos queimando no sol, mergulhando, passeando, conversando e jogando poker (sim, desta vez, compramos o baralho certo!!!). Seria tudo perfeito se eu não perdesse a máscara que o Sr Tomás, gentilmente, nos emprestou. Estava brincando de tomar caixote com a máscara no rosto até que uma onda mais forte veio e a máscara se soltou. Fiquei arrasada. Com que cara iria dizer ao Sr Tomás que eu tinha perdido a máscara dele? Logo a máscara que ele tinha um monte de zelo? Que merda...
(Hugo: João e eu pegamos um côco diretamente da árvore, mas não abrimos ainda...)



 Às 15h30m, fomos conhecer o centro de Chuao. Há uma praia linda ali também, mas, com o temporal, o rico transobordou e desaguou no mar. Então, a água estava turva, infelizmente. De qualquer forma, a esta hora, o sol já tinha se recolhido e aprovietamos para conhecer o centro de Chuao. Trata-se de uma cidadezinha onde se localiza uma das principais fazendas de cacau do país e onde se produz um dos melhores chocolates da América Latina (da América Latina ou da Venezuela? Não lembro agora... hehehe).
Conhecemos o centrinho. Entramos num pedacinho de uma plantação de cacau (o João pegou um cacau enorme!!!). Tomamos um esporrinho básico porque não podia pegar cacau, mas seguimos em frente em busca de alguma venda que vendesse esses tais chocolates maravilhosos. Nos acabamos em bombons, mousses, sorvete, bolo... provamos um pouco de tudo. Destaque aqui para a mousse. Nossa... sem palavras!


Depois, com um pouco de atraso, voltamos para o nosso barco e seguimos novamente em direção a Choroní. Um dia tão perfeito não poderia acabar assim. Desde ontem, tínhamos ficado encantados com os peixes que os pescadores descarregam perto do Malecón. Tinham uns atuns enormes... até de 08kg. Decidimos fazer um churrasco de atum, aproveitando que na nova pousada deles tinha uma piscina e churrasqueira e poderíamos curtir a vontade.

Compramos tudo: cerveja, temperos, vinho, carvão e nosso atum. João fez uns sashimis e o resto assamos na churrasqueira.

Passei na pousada rapidinho para tomar um banho, trocar de roupa e falar como Sr Tomás da máscara. Ele ficou chateado, coitado, mas foi muito compreensivo e gentil comigo ainda assim. Para somar ainda tivemos um incidente: os chinelos do Hugo que estavam na porta do nosso quarto SUMIRAM!!!! Ficou uma situação horrível porque eles tinham desaparecido no momento em que eu tomava banho e não fazíamos idéia do que poderia ter acontecido neste ínterim que não foi demorado.

Voltamos à pousada dos nossos amigos – o Hugo descalço, p%$# da vida por ter perdido o chinelo – e o Sr Tomás ficou de ver na câmera de segurança da pousada o que tinha acontecido. Depois, descontraímos um pouco: comemomos, bebemos, jogamos poker, conversamos. Tudo perfeito.

24h. Tínhamos que nos despedir. Amanhã pegamos estrada para Morrocoy. Chegamos na pousada, Sr Tomás disse que nas câmeras de segurança o Hugo havia chegado na pousada SEM OS CHINELOS. O curioso é que logo quando subimos as escadas, eis que reaparece o dito cujo na porta do nosso quarto. A conclusão que chegamos foi que o casal de austríacos que estão no quarto aqui do lado, devem ter se confundido e, sem querer, o rapaz usou o chinelo do Hugo. Agora, essa do Sr Tomás dizendo que o Hugo tinha chegado descalço ficou meio chato... mas vá bene. Não é isso que vai estragar a maravilhosa estadia que tivemos aqui na Pousada Tom Carel, com toda a cordialidade e amizade oferecidas pelo Sr Tomás e sua esposa, Carmen Elena.

São 02h20m e eu estou aqui escrevendo para vocês, morrendo de sono, tendo que acordar cedo amanhã para pegar estrada. O Hugo dorme aqui do meu lado. Vou me juntar a ele. Até a próxima!!!!