Tenho acompanhado Mariana em sua jornada de testemunha ocular em um dos momentos mais importantes e complexos do século XXI.
Para se ler um breve diário, acompanhe http://marianabruce.blogspot.com/
Esse meu relato é sobre minha impressão impressionada com absurdos e loucuras que ocorrem em pleno ano 2010.
Não que eu não compreenda, mas tenho uma posição totalmente crítica sobre "a troco de que" certos povos são tratados e tratam situações e seus adversários.
No post de hoje (25/01/10) de Mariana, ela relata o relacionamento e a testemunha dela sobre o outro lado, o lado dos ditos "elitistas", depreciativamente chamados de "escualidos", nome dados pelos chavistas e que significa "fraco", "esquelético" e sinônimos...
Engraçado ver que Mariana, pesquisadora do evento, inconsientemente é persuadida a chamá-los da mesma forma, subconsientemente depreciando-os da mesma forma.
Não pretendo colocar alguém ou um dos lados como injustiçado ou justo. Apenas proponho uma discussão de como sempre a história se repete: Quem está no poder é quem dita as regras do jogo, não importa se você veio de um movimento de justiça, revolucionário ou apenas nasceu em berço de ouro e mantém o seu poder sugando os mais pobres...
Nada muda, nada é diferente, a história apenas se repete, mantendo tradições quase que instintivas dos seres humanos.
Voltando ao assunto, atônito tive conhecimento de três absurdos que ocorreram em uma simples e organizada (sendo admito pela própria Mariana, que de certa forma defende o outro lado) manifestação de estudantes universitários que pretendiam cobrar e protestar contra um governo que dá muito aos que tem pouco, mas cobra um preço muito caro da nação.
Não podemos negar que existe na atual Venezuela, um corte da liberdade de expressão de quem pretende criticar o atual governo.
Uma tentativa desenfreada em calar os opositores, colocando-os com os personagens que querem desestabilizar um governo já desestabilizado.
Uma tentativa desenfreada em calar os opositores, colocando-os com os personagens que querem desestabilizar um governo já desestabilizado.
Antes poderiam dizer que eram propagandas da Globo, Veja, Istoé, CNN, BBC e tudo o mais.
Mas se analisarmos um simples post de uma historiadora com gabarito e qualidade, vemos que a coisa é mais séria e cobra de sua população uma situação de alerta generalizado, a qual todos anteriormente desfavorecidos, defendem um governo, não por interiormente sentirem-se protegidos e acolhidos, mas sim como se pensassem: SE TIRAREM ESSE PODER, NÃO TEREI MAIS O LEITE DO MEU FILHO.
Os valores inverteram-se.
O grande problema seja talvez a megalomania de um governo que é ditado por pessoas que parecem ter parado no tempo e acharem que estão em 1959, em uma ilha caribenha.
Querem seguir moldes de governos e movimentos que ocorreram antes de guerras como a do Golfo, do Vietnã, do Iraque e principalmente a Guerra Fria. Parecem que resistem ainda em se atualizarem e globalizarem.
Nisso tenho que admitir: Lula é um grande estadista, que apesar de não possuir uma bagagem acadêmica, possui muito mais perspicácia em enxergar e lidar com o mundo atual.
O que Hugo Chávez deve pensar? Que será bom e talvez até bonito, entrar para e história como o segundo comandante da América Latina que lutou contra o imperialismo, contra as mazelas, burgueses e etc?
Parece que Chávez vê Fidel como o exemplo a ser seguido, sem um raciocínio lógico se deve se atentar à época em que vivemos e a que o vovô caudilho viveu.
Começo a questionar o real desejo de Chávez e seus comandantes sobre o que fazer da Venezuela. Será somente para justiças? Ou há um desejo pessoal dentro disso tudo?
Questiono isso, pois conforme conversar com minha Mari, escuto atônito que lá existe (como em Cuba) slogans chamando o povo ao lado de Chávez, impondo frases como: "Com Chávez Tudo, Sem Chávez Nada", "Com Chávez pela Pátria"... AINDA ISSO? Será necessário?
Entenda-se: Quem Chávez pensa que é para tomar atitudes publicitárias como as de Fidel? Ele por acaso pegou um país totalmente caótico, deu tiro dentro de florestas, venceu um ditador e um império, em plena década de 50, com apenas alguns fuzis e contanto com Cinfuegos e Guevara?
Sinto um "quê" de satisfação "pessoal" desse governo em seguir trilhas de revoluções e movimentos com mais de 50 anos de existência, onde eles mesmos começam a se abrir, vendo que apesar de terem feitos coisas maravilhosas, cobram um preço muito alto da população. Para entender melhor, leiam Yoani Sanchez (Não li, porém minha Mari leu e me passava os relatos).
Mas posso voltar aos 3 absurdos, ao três PATETAS?
1º - Analiso quem em uma manifestação e marcha pacífica, deve se ter segurança, ainda mais quando ela é requisitada.
Por mais que o governo tenha inimigos, certos departamentos devem ser neutros e prestar serviços básicos (segurança, educação, saúde) à todos, independente de cor, religião e classe social.
Sabe o que ocorreu ontem na Venezuela?
Estudantes formam uma manifestação, pedem que a polícia organize, feche avenidas e mantenham a segurança.
Ao invés disso, a polícia metropolitana (chavista, claro!) fecha a avenida, porém simplesmente "esquece" de manter a segurança e o direito dos estudantes fazerem a marcha programada.
Além disso, dá demonstrações claras de parcialidade com os lados: Quando existe o confronto dos dois lados da moeda, ela tenta um breve diálogo e logo em seguida, ataca os estudantes (quem pediu proteção para a marcha pacífica), dispersando-os pela forma da violência descabida.
Obs.: Dois dias antes, na marcha dos favorecidos pelo governo, havia não só a segurança: Havia tangerinas, sanduíches, água...
Daí podemos analisar o peso e a medida.
2º - Enquanto havia a marcha, "chavistas" começam a se juntar com o propósito de simplesmente bloquear a marcha dos "inimigos".
Mariana foi testemunha de que pessoas iam se juntando aos chavistas para o bloqueio, mas questiono: Quem me garante que não passou de um grupo de 10, 20 pessoas que fizeram um teatro para trazer mais simpatizantes e desistabilizar uma situação de pólvora perto do fogo? Até onde foi um movimento natural e onde foi uma situação instigada por lideranças dos inimigos do opositores do governo?
O absurdo acontece quando simplesmente os protegidos e amigos do governo simplesmente bloqueiam o caminho, gritando e avisando que os estudantes não passariam daquele ponto!
Ou seja, não são as autoridades que ditam as regras de onde poderão ser feitas manifestações ou não.
O "povo" faz o papel de proteger o governo, não o contrário.
E pior: Se sentem simplesmente no direito de decidirem isso, sem respeitos a direitos como o de ir e vir.
E vou além: Indago até onde isso tudo é apenas um levante do povo ou se não passa de uma grande manipulação em massa, com estratégias de inflar o ego de um povo sofrido para que eles mesmos sejam os seguranças do movimento...
Até onde isso não é feito como um jogo de estratégia, com agente infiltrados.
O fato de Mariana ser interrogada como escualida me fez pensar o porquê disso! Seria uma proteção à uma estratégia usada por eles mesmos?
3º - Para corroborar isso tudo, temos o absurdo maior:
Fui confrontado a um fato sem precendentes:
Uma civil interroga outra civil, encarando, se impondo, intimidando-a, colocando-se na posição de autoridade.
Não existe no país uma hierarquia necessária para se manter a ordem? O próprio governo tratou de fazer com que o pensamento fosse: Estamos em guerra, temos inimigos, que querem tirar o leite de suas crianças (metaforicamente), e logo eles consigam me desestabilizar, vocês perderão o pouco que possuem!
BATATA: O povo agarrará com unhas e dentes esse discurso e fará de tudo e mais um pouco para proteger o que acreditam ser os que mantem o prato em suas mesas, a escola da criança...
Lembra-me de certa forma os loucos do Oriente Médio, que acreditam que devem se sacrificar por uma guerra santa... Não é a toa que Chávez procura o apoio e diálogo com eles.
Que povo é esse? Que valores invertidos ocorrem em um país em pedaços, com o ódio imperando?
Um país que possui um governo que simplesmente se coloca na posição de ditar que TODAS as emissoras têm que passar pelo menos 30% de sua programação em produções venezuelanas (como se eles fossem grandes profissionais do entreterimento).
Um país que começou como uma revolução, mas hoje tornou-se um movimento sem uma lógica democrática, sem liberdade de expressão para todos. Pelo contrário: Tornou-se uma ditadura, com um caudilho e assessores que ditam regras, respaldados por um povo sofrido.
Outra grande verdade se mantém: Quer a fidelidade de um povo? Detecte o principal anseio dele e resolva-o parcialmente, sempre mantendo a esperança que haverá um dia melhor.
Eles te seguirão como ratos por uma flauta, sem questionar em sua grande maioria, agredindo a minoria com questionamentos.
A liberdade e o direito é dado como sempre, aos que estão no poder.
Porém me assusta a que nível, sem pudores, chegou na Venezuela.
Chávez me parece tão atrapalhado e patético quanto o seu xará mexicano.
Acho que vou comecar a fazer o diario capitalista no meu blog tambem. hehehe. Aqui as pessoas tem fotos de obama nos carros, tirando a parte do certo ou errado eu acho bonito esse tipo de manifestacao pelo simbolo que ele representa.
ResponderExcluirBom, eh oq eu sempre digo ao Johnny em nossas discussoes brasil-eua: "nao importam os motivos da guerra a paz ainda eh mais importa que eles"
quando um nao quer, dois nao brigam nao eh?
Eh sempre assim. Ngm se acha errado. O povo aqui eh dividido tb, muitos nao sao a favor da guerra do iraque. Mas a maioria acha que os eua nao sao culpados de nada, que NOS ai nos outros paises nao temos liberdade de imprensa, aqui eles tem e os terroristas com suas crencas fanaticas tentam destruir os eua e eles tem que se defender, so isso.
ah e o que estrago no chavez eh seu ego monstruoso que nao sobra espaco pra mais nada.
ResponderExcluirestraga
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