Hugo
Tínhamos combinado de acordar às oito da manhã em Caracas, para seguirmos logo cedo para Colonia Tovar, mas, pra variar, acordamos atrasados, mas apenas 40 minutos.
Logo que acordamos, surge o filho da Sra. Kety, Willian, bêbado falando que quer explicar como chegamos em nosso destino...
Quando descemos, estão mais dois amigos, um já desmaiado e outro igualmente bêbado, que fala, fala e fala, explicando como chegaremos Colonia Tovar e depois, à Choroní. Ele repetia (como de costume dos bêbados), e quanto mais falava, mais a Mari se enrolava pra entender... Mas pelo menos estou mais adaptado à lingua e consigo entender um pouco também o trajeto, que, juntando com as informações que a Mari já tinha entendido, temos todos o trajeto fechado. Então partimos com as arepas que a amável Sra. Kety preparara para nós.
Temos que pegar o metro para a Plaza Perez Bonalde, para depois pegar uma "caminhoneta" para El Junquito, para depois finalmente, Colonia Tovar.
Quando entro no metro, me assusto: a passagem de metro aqui custa meros 0,50 bolivares, o equivalente à R$ 0,15!!
Chegamos na tal estação e descobrimos que a indicação do bebum estava errada. Tínhamos que ter descido na Plaza Sucre. Masss.... pra que ficar bolado por uma passagem de 15 centavos? (Obs.: os metros daqui de nada devem aos do RJ).
Chegamos na Plaza Sucre, pegamos fnalmente a "caminhoneta" para El Junquito. As "caminhonetas" aqui tratam-se de onibus velhos e pequenos, que são particulares e não de uma empresa como temos no Brasil. É como se fossem as kombis que temos... A passagem? R$ 0,80 apenas.
O caminho foi bizonho... Passamos por dentro de favelas mesmo, com ruelas, lixos e tudo o mais, mas aqui o clima das favelas não é tão pesado como no Brasil.
Depois de uma demorada viagem, por culpa das ruas estreitas que temos por aqui que causam minutos e minutos de espera nas ruelas, esperando o caminhão do lixo tirar tudo da rua e sair, carros descarregarem qualquer tipo de coisa, chegamos ao bairro de El Pueblo, para aí sim, agarra outra caminhoneta para Colonia Tovar.
Já nessa segunda caminhoneta, a Mari acabou ficando lá na frente e eu lá atrás atolado com as malas. Até que uma venezuelana vem falar comigo e eu não estava com a minha intérprete... aí fufu... Enrolando num portunhol, conseguimos nos entender mesmo com o som alto dentro do veículo. Como aqui não tem onibus "oficiais" de empresas, o dono da caminhoneta coloca o som que quiser na altura que quiser... UM PARTO AGUENTAR!!!
Aí começa a aventura nas serras venezuelanas: imaginem uma serra com as vias minúsculas, que mal conseguem passar dois carros... Agora imaginem isso com neblina, e tu dentro de uma caminhoneta rústica!
Pela primeira (e não última) vez vi a Mari que é toda destemida, com medo e apreensiva, uhauahuahauhaua.
Depois de cerca de 40 minutos de viagem assim, com a caminhoneta entrando em curvas sinuosas na cara e na coragem, depois de ver os estragos que as chuvas causaram aqui, chegamos em Colonia Tovar: uma colônia alemã, com toda a arquitetura típica, de tu achar que tu tá na Europa, tirando o espanhol que se ouve.
Colonia Tovar tem um clima muito agradável, com vendas de Fresas com Crema (deliciosos morangos com chantilly) por todo o lugar.
O grande problema para a Mari são as ladeiras! Tadinha... ela sofre a cada passo, mesmo eu estando com todas as malas nas costas e ela, apenas com a bolsa com a carteira e celular.
Entramos na pousada El Danubio Azul, descarregamos as malas no ótimo quarto e partimos para o almoço!!!! Já são 02:30 da tarde.
Decido entrar num restaurante muito bonito e charmoso, mas antes, peço pra ver o cardápio e comprovo mais uma vez que aqui o nosso dinheiro é muito valorizado! Para terem noção, Mari comeu salmão ao molho de mostarda e salada, eu comi uma bisteca com Ceasar Salad e fritas, tomamos Coca-Cola e aguá schewpess e pagamos míseros R$ 50,00 no total com 10% e tudo...
Saímos do restaurante e a Mari logo para num local que vende passeios turísticos, daqueles que vemos no Rio, onde os turistas ficam na pickup andando e conhecendo o local. VAMOS LÁ!!!
O cara diz que o passeio dura mais ou menos 2 horas e vamos que vamos!
Depois disso passeamos um pouco mais pela cidade, o que foi muito bom, mas penoso pra Mari que morria a cada subida de ladeira...
Chegamos à igreja da cidade e me deparo com um Cristo inusitado: sem o corpo!
Andamos pelo local, conhecemos todas ruas, vemos lojas de lembrancinhas e tomamos um café.
Depois de andar bastante, voltamos pro local de onde sairá a excursão, às 16:00.
Brincamos um pouco, tirei mais um trilhão de fotos a pedido da Mari e finalmente vamos fazer o papel de turistas, subindo no carro pra excursão.
O motorista e atendente brincam se temos o seguro de vida e tudo o mais... Vamos que vamos!!
Logo de cara, a graça é um niño desesperado com as arrancadas do motorista, que faz tudo de propósito pra dar adrenalina na galera! Além disso, o molequinho sofre com o frio. É engraçado, pois faz sol mas o faz um bom frio em alguns momento.
Entramos numa estrada de terra. Terra não, barro! E a pickup tem horas que chega a pelo menos 70 graus de inclinação, num rally louco. Quase uma montanha russa, muito boa!!!! A graça da primeira parte da escursão é essa: uma caminhonete cheia de gente na caçamba, num rally louco de subidas e descidas.
Engraçado é ver o pessoal olhando pra gente enquanto eu falava português...
Logo depois, vamos para a segunda parte da excursão, onde visitamos uma plantação de morangos. Colonia Tovar vive basicamente de duas coisas: Turismo e morangos. É lindo ver as montanhas com as plantações.
A terceira parte do passeio é à uma fábrica artesanal de licores, onde vemos o processo de feitura das bebidas, fico sem graça com a atendende que fala e olha pra mim, compramos uma geléia de morango para a Regina e seguimos de volta à Colonia Tovar.
Já de volta à cidadezinha já a noite, comemos uma Fresa com Crema (morango com Chantilly) e voltamos ao hotel.
Logo depois de tomarmos banho, Mari se sente enjoada e "cancelamos" nosso jantar de salsicha alemã. Ou melhor, descemos e só eu como.
Voltamos para a pousada num caminho que era só breu, eu conecto rapidinho para postar as noticias de ontem e voltamos à dormir.
Resumo: o primeiro destino é nota 10, com direito à aventuras, um almoço "de patrão" e barato, paisagens lindas e um clima dos deuses nórdicos!!!
Boa noite (from Choroní, nosso segundo destino que falaremos amanhã!)!
Que bom que está tudo saindo como voces esperavam.
ResponderExcluirFiquei até com vontade de estar ai.
Beijos